PATOLOGIAS DE GLÂNDULAS SALIVARES: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO EM HOSPITAL SUL-BRASILEIRO

Luisa Machado Barin, Fernanda Maia Pillusky, Cristiane Cademartori Danesi

Resumo


As lesões que acometem as glândulas salivares representam um grupo de entidades clínicas que variam desde alterações patológicas locais até desordens sistêmicas, entretanto a literatura não apresenta dados concretos sobre a real prevalência das doenças que afetam estas estruturas. O trabalho objetivou avaliar a epidemiologia das patologias de glândulas salivares do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. O estudo define-se como transversal descritivo, mediante um levantamento dos laudos anatomopatológicos emitidos pelo Serviço de Patologia do Hospital entre junho de 1993 a junho de 2013. Os dados coletados foram divididos em dois grupos de acordo com o tipo histológico: lesões neoplásicas e não neoplásicas e nas referentes variáveis de localização anatômica, gênero, etnia e faixa etária. Obteve-se 69 casos, o grupo de lesões neoplásicas (59,4%) apresentou o adenoma pleomórfico como lesão mais prevalente (36,59%), seguido do carcinoma de células escamosas (31,71%), enquanto no grupo não neoplásico (40,6%), a mucocele foi a lesão mais encontrada (46,43%), perfazendo de forma geral, os três tipos histológicos mais frequentes do estudo. A glândula parótida (43,91%) e o lábio inferior (50%) foram os sítios anatômicos de maior acometimento, respectivamente dentre os grupos. Ambos apresentaram como variáveis predominantes o gênero masculino, a etnia branca e a sexta década de vida. O perfil epidemiológico das patologias de glândulas salivares encontrado no presente trabalho está em consonância com a literatura vigente. Entretanto, devido à escassez de estudos sobre a prevalência destas patologias, justifica-se a realização de novas pesquisas voltadas a essas enfermidades.

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R. Perspect. Ci. e Saúde/ Revista Perspectiva: Ciência e Saúde