REFLEXÕES SOBRE A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA NOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

Tatiane Motta da Costa e Silva, Helter Luiz da Rosa Oliveira, Raquel Cristina Braun da Silva, Franciele Machado dos Santos, Susane Graup

Resumo


O Sistema Único de Saúde vem abrindo espaço para a atuação dos profissionais que não são da área médica. As Unidades Básicas de Saúde, assim como, as residências multiprofissionais custeadas pelo Ministério da Saúde e oferecidas aos recém formados, contemplam hoje uma grande diversidade de especialidades. Frente a está realidade a Educação Física também vem conquistando seu espaço nestes serviços de saúde. Diante disso, o estudo tem como objetivo refletir sobre as possibilidades de atuação do profissional de Educação Física nos Centros de Atenção Psicossocial, destacando sua importância e suas possibilidades. As atividades desenvolvidas nos serviços de saúde mental são bastante diversificadas, oferecendo atendimentos em grupos e individuais, oficinas terapêuticas e de criação, além de atividades físicas. O Profissional de Educação Física se insere nesta prática ministrando atividades variadas que envolvem as diversas manifestações da cultura corporal do movimento, como atividades recreativas, esportivas e de expressão corporal. Além disso, estes profissionais, se destacam, por sua importante função na saúde mental, visto que através da sua atuação é possível contribuir com a integração dos sujeitos com o meio, valorizando a construção de uma visão integral de ser humano e possibilitando o exercício de seus direitos de cidadãos, por muitas vezes negado durante o processo histórico de exclusão vivenciado por estes sujeitos. Por fim, conclui-se que através da atuação do profissional de Educação Física os usuários da saúde mental são motivados a participar das ações realizadas que visam a promoção da saúde e a prevenção de doenças, contribuindo de forma significativa com o tratamento destes usuários.

Texto completo:

PDF (Português-Brasil)

Referências


REFERÊNCIAS

Brasil. Ministério da Saúde. Reforma Psiquiátrica e política de Saúde Mental no Brasil. Secretaria de Atenção à Saúde. DAPE. Coordenação Geral de Saúde Mental. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos depois de Caracas. OPAS. Brasília, novembro de 2005.

Tenório F. A Reforma Psiquiátrica Brasileira, da década de 1980 aos dias atuais: história e conceito. História, Ciências, Saúde, Manguinhos, v. 9, n.1, p.25-59, jan./abr. 2002.

Brasil. Lei n o 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Brasília, DF.

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria SNAS nº 224, de 29 de janeiro de 1992.

Pimenta ES, Romagnoli, RC. A relação com as famílias no tratamento dos portadores de transtorno mental realizado no Centro de Atenção Psicossocial. Pesquisas e Práticas Psicossociais, São João Del Rei. vol. 3 n.1, p. 75-84. Ago. 2008.

Severo AK, Dimenstein M. Rede e intersetorialidade na atenção psicossocial: contextualizando o papel do ambulatório de saúde mental. Psicologia: Ciência e Profissão, 2011, 31 (3), 640-655.

Oliveira CS, et al. O profissional de Educação Física e sua atuação na saúde publica. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, v. 15, n. 153, p. 1 - 1, Fev. 2011.

Saraiva SL, Cremonese E. Implantação do modelo de apoio matricial em saúde mental no Município de Florianópolis. III Concurso Nacional de Experiências em Saúde da Família: trabalhos premiados/ Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria GM nº 336, de 19 de fevereiro de 2002.

Wachs F. Educação Física e saúde mental: uma prática de cuidado emergente em Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). 2008. 147 f. Dissertação (Mestrado) – Escola de Educação Física, Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, UFRGS, Porto Alegre, 2008.

Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde; 2006.

Friderichs KM, Caballero RMS. Educação Física na Saúde Mental. Escola ghc/ ifrs. Porto Alegre. 2013.

Caspersen CJ, Powell KE, Christenson GM. Physical activity, exercise and physical fitness. Public Health Reports, v. 100, n. 2, p. 126-131, 1985.

Pitanga FJG. Epidemiologia, atividade física e saúde. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v. 10, n. 3, p.49-54, 2002.

Lee IM, et al. Effect of physical inactivity on major non-communicable diseases worldwide: in analysis of burden of disease and life expectancy. Lancet. 2012;380:219-29.

Oliveira EM, et al. Benefícios da Atividade Física para Saúde Mental. Saúde Coletiva 2011;08 (50):126-130

Katzmarzyk PT, Janssen I, Ardern CI. Physical inactivity, excess adiposity and premature mortality. Obesityreviews, v. 4, n. 4, p. 257-290, 2003.

Ferreira JS, Diettrich, SHC, Pedro DA. Influência da prática de atividade física sobre a qualidade de vida de usuários do SUS. Centro Brasileiro De Estudos de Saúde (CEBES), 39(106), 792-801. 2015.

Silva RS, et al. Atividade física e qualidade de vida. Ciência & saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 15, n. 1, jan. 2010, p. 115-120.

Donaghy ME. Exercise can seriously improve your mental health: Fact or fiction? Advances in Physiotherapy, v. 9, n. 2, p. 76-88, 2007.

Wipfli B, et al. An examination of serotonin and psychological variables in the relationship between exercise and mental health.Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports, 21, 474-481. 2011.

Dario AB, et al. Alterações psicológicas e exercício físico em pacientes com artrite reumatoide. Motricidade, 6(3), 21-30. 2010.

Helmich I, et al. Draft for clinical practice and epidemiology in mental health neurobiological alterations induced by exercise and their impact on depressive disorders. ClinicalPractice&Epidemiology in Mental Health, 6, 115-125. 2010.

Roeder MA. Benefícios da atividade física em pessoas com transtornos mentais. Rev. Atividade física em saúde, 4, 62-76, 1999.

Pulcinelli AJ, Barros JF. O efeito antidepressivo do exercício físico em indivíduos com transtornos mentais. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v.18, n.2, p.116-120, 2010.

Rocha SV, et al. Practice of physical activity during leisure time and common mental disorders among residents of a municipality of Northeast Brazil. Revista Brasileira de Epidemiologia, 15(4), 871-883. 2012.

Benedetti MG, Berti L, Presti C, Frizziero A, Giannini S. Effects of an adapted physical activity program in a group of elderly subjects with flexed posture: clinical and instrumental assessment. Journal of Neuroengineering and Rehabilitation, London, v. 5, p. 32, 2008.

Mielke FB. et al. O cuidado em saúde mental no CAPS no entendimento dos profissionais. Ciênc. saúde coletiva. 2009, vol.14, n.1, pp.159-164.

Furtado RP, et al. O trabalho do professor de Educação Física no CAPS: aproximações iniciais. Movimento, Porto Alegre, v. 21, n. 1, p. 41-52, jan./mar. de 2015.

Miranda ED, Freire LA, Oliveira ARC. Os desafios da Educação Física no Centro de Atenção Psicossocial de Coari (AM). Sau. &Transf. Soc., Florianópolis, v.1, n.2, p.163-169, 2011.

Sharma A, Madaan V, Petty, F. Exercise for mental health. Primare Care Companion Journal Clinical Psychiatry, v.8, n.2, p.106. 2006.

Godoy RF. Benefícios do exercício físico sobre a área emocional. Movimento, Porto Alegre, V. 8, n 7-16, maio/agosto 2002.

Sloboda R. Atividade física e esquizofrenia: percepção de pais ou responsáveis. Florianópolis: UFSC, 2002. Dissertação [Mestrado]-UniversidadeFederal de Santa Catarina, Florianópolos, 2002.

Raglin JS. Exercise and mental health: beneficial and detrimental effects. Sports Medicine, v.9, n.6, p.323-329. 1990.

Machado GJ. A atuação do professor de educação física nos centros de atenção psicossocial álcool e drogas da grande Vitória-ES. 2015. 142f. Dissertação (Mestrado) – Centro de Educação Física e Desporto, Programa de Pós-Graduação em Educação Física, UFES, Vitória, 2015.

Cirqueira, MVB. Reflexões acerca da cultura corporal no espaço de atenção à Saúde Mental. In: Rabelo IV, Tavares RC, Faria, YRA. de (Org.). Olhares experiências de CAPS: Centro de Atenção Psicossocial. Goiânia: Kelps, 2009. p. 53-66.

Weinberg RS, Gould D. Fundamentos da psicologia do esporte e do exercício. Porto Alegre: Artmed; 2001.

Vasconcelos SC, Frazão IS, Ramos VP. Contribuições do Grupo Terapêutico Educação em Saúde na motivação para a vida do usuário de substâncias psicoativas. Enfermagem em Foco 2012; 3(3):123-126.

Ministério da Saúde. Agita Brasil – guia para agentes multiplicadores, jul. 2001.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


R. Perspect. Ci. e Saúde/ Revista Perspectiva: Ciência e Saúde