Da invisibilidade as políticas públicas de formações de professores para as escolas no/do campo

Claudia Glavan Duarte, Elisete Enir Bernardi

Resumo


O presente texto propõe um exercício analítico de cunho teórico reflexivo em torno da aparente invisibilidade vivenciada pelas escolas do campo e seus sujeitos, no que tange aos seus saberes, suas experiências e seus modos de vida. Apresenta também dados estatísticos que apontam a expressividade quantitativa destas escolas e pontua o sucateamento e precarização da infra-estrutura destas. Tal precarização aliada aos significados disponibilizados pelos artefatos culturais que pressupõem o espaço/tempo rural como algo provisório que deveria encaminhar-se para uma superação de suas condições constrói uma representação negativa para os sujeitos que vivem no campo. Assim, os modos de vida, as práticas vivenciadas e os saberes produzidos pelos sujeitos do campo são silenciados ou ignorados nos currículos escolares. Na contramão destes processos, políticas públicas, especificamente as licenciaturas em Educação do Campo emergem com o compromisso de problematizar as condições de nossas escolas e afirmar a possibilidade de construção de uma escola no/do campo de qualidade.

Palavras-chave


Educação do Campo - Formação de professores - Licenciatura em Educação do Campo

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