IMPACTO DAS MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS EM RESPOSTA À COVID-19 NAS INTERNAÇÕES POR DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO BRASIL
Resumo
Até o presente momento, nenhuma pesquisa, investigou em médio prazo, as repercussões das medidas não farmacológicas em resposta à COVID-19, nas internações por desordens respiratórias pediátricas no Brasil. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar o impacto das medidas não farmacológicas em resposta à COVID-19, nas internações por doenças respiratórias na infância, em crianças e adolescentes brasileiras. Além disso, buscou-se descrever as causas de hospitalizações neste período. Foram obtidos dados de internações por doenças respiratórias (<19 anos) do banco de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Para avaliar o efeito das medidas não farmacológicas em resposta à COVID-19 sobre as hospitalizações por doenças respiratórias pediátricas foram realizadas a redução absoluta e relativa através da análise dos subconjuntos 2017-2019 vs. 2020-2022. Utilizou-se análise descritiva e a razão das taxas de incidência (RTI) através da diferença entre os períodos avaliados. Registraram-se 670.342,00 (1.091,76 a cada 100 mil) hospitalizações por doenças respiratórias na infância no período de 2017 a 2022. Destas, 410.203,33 (657,64 a cada 100 mil) são internações no período pré-pandemia e 260.138,67 (434,12 a cada 100 mil) referentes ao período pandêmico. Houve redução (∆: pandemia – pré-pandemia) de -36,58% no número absoluto e de -33,9% na incidência de hospitalizações destes desfechos no período pandêmico. Apesar disto, quando se analisou os dados anualmente, foi observado o crescimento exponencial das doenças no período pandêmico (2020-2022), obtendo resultados exclusivamente maiores em 2022 (absoluto: 440.378; incidência: 740,48), frente ao período pré-pandemia. A média da RTI foi de 0,66% (IC95%: 0,58-0,74). A pneumonia, asma e as doenças crônicas das amígdalas/adenoides foram as causas mais registradas. Em conclusão, os resultados evidenciaram diminuição de 34% na incidência de hospitalizações por desordens respiratórias pediátricas no período pandêmico.
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