ESTRESSE OCUPACIONAL E SATISFAÇÃO NO TRABALHO DOS ENFERMEIROS QUE ATUAM EM UNIDADE DE INTERNAÇÃO CIRÚRGICA E EMERGÊNCIA

Rogério Câmara da Rosa, Nídea Rita Michels Dick, Joséli do Nascimento Pinto

Resumo


Objetivo: Analisar os níveis de estresse ocupacional e a satisfação do trabalho dos enfermeiros dos setores de emergência e internação adulta/cirúrgica de hospitais do Vale do Paranhana. Método: Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, exploratório, descritivo, delineamento transversal. Os dados foram coletados a partir da aplicação de questionários já validados. A população foi composta por 35 profissionais enfermeiros de ambos os turnos (dia e noite) e equipes atuantes nos setores de internação adulta/cirúrgica e emergência de três hospitais localizados no Vale do Paranhana, Rio Grande do Sul. Resultados: Constatou-se a presença de médio/alto nível de estresse voltado à autonomia e controle, e baixo nível de estresse voltado ao relacionamento com a chefia, papéis/ambiente de trabalho, relacionamento interpessoal e no crescimento/valorização. A maioria dos indivíduos estava satisfeita com os colegas, chefia, promoções e com a natureza do trabalho; no entanto, a insatisfação com o salário recebido foi relatada por um percentual importante dos participantes. Conclusão: Apesar deste estudo não ter detectado níveis altos de estresse, não significa que seja um dado global, podendo estar relacionado com boas gerências nos hospitais da região, ou ainda ao fato de que nenhum dos hospitais participantes é considerado de grande porte, não havendo um fluxo intenso de pacientes, diferentemente dos hospitais das grandes capitais. Reforça-se que investigar o estresse e satisfação no trabalho dos profissionais da enfermagem é de grande relevância, pois acredita-se que um profissional doente não possa oferecer uma assistência de qualidade.


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R. Perspect. Ci. e Saúde/ Revista Perspectiva: Ciência e Saúde