EFEITOS DA HIDROTERAPIA NA ESPASTICIDADE DE PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE PARALISIA CEREBRAL

Fernanda de Almeida Faustini, Moana Machado, Maria Eduarda da Silva Oliveira, Philipe Souza Corrêa, Tatiana Cecagno Cecagno Galvan, Carolina Pacheco de Freitas Thomazi

Resumo


A paralisia cerebral (PC) é definida como qualquer desordem secundária do movimento a uma lesão progressiva do encéfalo em desenvolvimento, onde ocorrem distúrbios no tônus, alteração no movimento e postura. A hidroterapia como recurso da fisioterapia, alia os princípios físicos da água, como empuxo, pressão hidrostástica e viscosidade, aos manuseios e exercícios fisioterapêuticos, com o objetivo de proporcionar à criança uma facilitação para aquisição postural, controle dos movimentos, adequação tônica, ganho de amplitude de movimento, força muscular, estimulação sensorial, melhora de equilíbrio, coordenação motora e ainda da dinâmica respiratória e da socialização. Tendo em vista a sintomatologia da doença, a importância de um tratamento adequado e eficaz para a criança com PC e componente espástico, tendo a água os benefícios já citados, este artigo tem por objetivo realizar uma revisão de estudos que abordem o efeito da hidroterapia na melhora da espasticidade em pacientes com PC. Foram realizadas buscas no período de março a abril de 2018, nas bases de dados Pubmed, PEDro, BVS Brasil, Scielo, com os descritores Hidroterapia (hidrotherapy, aquatic therapy, water exercise), espasticidade muscular (muscle spasticity), paralisia cerebral (cerebral palsy). Somente ensaios clínicos randomizados, quase-experimentos e relatos de caso que avaliassem a espasticidade após hidroterapia em PC foram incluídos para análise. 68 artigos foram encontrados, somente três preencheram os critérios de inclusão. Todos ensaios clínicos randomizados, com protocolos de terapia variando de seis a 12 semanas, duração de 45 a 60 minutos a sessão, de 2 a 5 vezes semanais. As atividades mais frequentes desenvolvidas na água foram os exercícios aeróbicos e alongamentos. Apenas um estudo demostrou que a fisioterapia aquática reduziu a espasticidade de crianças com PC. Conclui-se que as evidências científicas são escassas e fracas para a melhora de espasticidade com hidroterapia, portanto faz-se necessários mais estudos buscando a elucidação do tema questão.


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R. Perspect. Ci. e Saúde/ Revista Perspectiva: Ciência e Saúde