HUMANIZAÇÃO NA SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA: o que pensam os profissionais da enfermagem?

Eliane Berg, Kátia Lopes Inácio, Márcia Welfer

Resumo


Introdução: o cuidado de enfermagem na Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA) é de fundamental importância para a percepção da experiência cirúrgica pelo paciente, uma vez que sua permanência, neste setor, pode gerar medo e ansiedade. Essa experiência requer um cuidado humanizado a fim de proporcionar um atendimento qualificado e seguro. Objetivo: compreender a percepção da equipe de enfermagem sobre o processo de humanização e as dificuldades encontradas para realizar uma assistência de excelência ao paciente na SRPA de um hospital privado de Porto Alegre/RS. Materiais e métodos:  trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório realizado na SRPA de um hospital geral localizado no município de Porto Alegre/RS. A pesquisa foi realizada através de entrevista semi-estruturada. Para análise das respostas foi utilizada a técnica de análise de conteúdo tipo temática. Participaram do estudo 22 profissionais da equipe de enfermagem atuantes na SRPA do hospital em estudo, sendo quatro enfermeiros e dezoito técnicos de enfermagem. A coleta de dados ocorreu em março e abril/2016. Resultados: após análise das entrevistas emergiram três categorias: A percepção da equipe de enfermagem sobre a humanização na SRPA; Pontos restritivos para o cuidado humanizado e Qualificação dos serviços de enfermagem. Conclusões: na percepção da equipe de enfermagem, a humanização do cuidado em SRPA compreende o atendimento holístico dos pacientes e familiares no âmbito assistencial bem como o cumprimento das normas e rotinas institucionais. A pesquisa revelou, também, que a humanização é um processo que envolve ética, valores, crenças, atendimento igualitário e individualizado. Entre as preocupações e dificuldades apontadas pelos participantes, destaca-se o processo administrativo, que distancia a equipe do cuidado ao paciente; a dificuldade de adesão às mudanças de rotinas e protocolos da sistematização do cuidado, e as falhas na comunicação efetiva.


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R. Perspect. Ci. e Saúde/ Revista Perspectiva: Ciência e Saúde